Quinta-feira, 16 de Julho de 2009

CAPturas XI (epílogo?)

É preocupantíssimo o rumor pelo qual esta CAP anuncia a sua decisão de se demitir. Não é a primeira vez que se arengam estas decisões, por isso recolho-me ao cepticismo que a minha idade e os últimos meses me recomendam. Sinto pouca propensão para festejos compreensíveis. A confirmar-se, o dolo provocado pela demorada inacção desta CAP é imenso. A interrogação que inicialmente nos colocámos ao vermos esta gente a entrar por esta escola adentro reitera-se hoje com a maior propriedade: como foi possível aceitarem um projecto destes? Que leviandade, que superficialidade, que desplante. A impreparação e o desconhecimento de uma realidade que afirmaram em voz alta vir domesticar, "pôr na ordem", foi, confesso-o, surpreendente. Juntar a esta jactância uma indesculpável preguiça, depois os maus modos, mas sobretudo a enorme perda de tempo e energia que dedicaram a coisas incrivelmente insignificantes, como justificações de faltas, louvores, etc., é algo que me ultrapassa. Tudo isto foi-me, devo dizê-lo, inesperado. Digo-vo-lo com a maior sinceridade.

Se se forem embora sem cumprir o que se lhes exigiu, devem o insucesso a si mesmos. Não é por falta de recomendações. Pela minha parte, tal como sempre as apresentei a todos os Conselhos Executivos anteriores, frente a frente, assim o fiz também com esta CAP, em sede própria. Em todos os momentos, textos, conversas, depoimentos que foram sendo feitos por muitos professores em blogs, pessoalmente, em reuniões, em corredores, encontrámos um apelo constante:

"há muita coisa para fazer e vocês não estão a fazê-las."

Nada. Preferiram ler essas notas como insultos e libelos de negligência.

Acho hoje que nem perceberam o que se lhes dizia. E o que se lhes dizia é isto que hoje os faz temer pelo seu futuro. Caso estejam mesmo de saída, deixam esta escola num estado de absoluto abandono.

É como se não estivesse estado nos planos desta CAP a eventualidade desagradável de terem de trabalhar. Muito. Quase parece que quando a providência cautelar os sentenciou a preparar o ano que se segue, caiu o Carmo e a Trindade. Terão eles, finalmente, percebido que isto não resulta acenando a toda a hora a bandeirinha do "Eles não nos deixam trabalhar"? Que isto não vai lá com cantigas, nem com falinhas mansas ou ferozes, nem cursos de administração escolar? Não faço ideia. Será?

Enfim, assistamos ao que nos reserva o futuro próximo. Porque há uma decisão que tem de ser tomada com carácter de emergência.

Para que o ano abra e termine com o apoio de todos - menos claro, daqueles adesivos que se colaram à espreita de um indevido anseio de protagonismo pessoal - só resta uma alternativa pragmática:

respeitar a solenidade de um acto eleitoral e, seja com carácter excepcional, seja sob a forma de uma outra CAP ou outra coisa que o valha, repôr o Conselho Executivo demitido no seu lugar até que chegue o fim do seu mandato.

Se o não fizerem o quanto antes, ninguém estará em condições de preparar o ano lectivo que se avizinha. É tarde de mais. Importa que todos se preparem para esta solução que sempre defendemos, por ser a única que objectivamente trará paz a este agrupamento.

Posso estar enganado, mas tenho para mim que em meia dúzia de dias - árduos - se fará mais do que nos dois ou três meses em que esta gente se passeou nesta cidade.

Além disso, e isto é o mais importante e determinante, nenhuma outra solução é eticamente aceitável.
publicado por Rui Correia às 01:55
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De Paulo G. Trilho Prudencio a 16 de Julho de 2009 às 10:54
enfim, não é rui? é mesmo portugal no seu melhor registo, como diria o outro. :)[]
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