Há homenagens que demoram a chegar, mas chegam. Os recentes anúncios de promoção do Euro 2004 adoptaram como conceito uma ideia simples e justa: que a melhor parte de ir ver a bola a Portugal é ir à bola com Portugal. O conceito evoluiu e os publicitários imaginaram relvar o país todo, praças e praias incluídas. Um relvado à beira mar plantado. Mas atenção agora: só por pensamento daninho se pode supor que a ideia da relva se fica a dever apenas a uma alusão insignificante aos estádios de futebol. Nada mais ingénuo. Então a praça do geraldes e o resto da república portuguesa iam ficar subitamente todas relvadinhas, por causa de uns rolos de erva comprados a espanhóis? Não, senhor. Foi, mas foi, para homenagear um dos vultos mais importantes e injustiçados da nossa história, protagonista de um dos momentos fundamentais do nosso passado republicano. Já perceberam a homenagem, não é? Quem foi que subiu à varanda da câmara municipal de Lisboa naquele longínquo e bombardeado dia 5 de Outubro de 1910 para proclamar a república portuguesa? José Relvas, pois claro. Relvas, estão a ver? Não me digam que pensaram que
Sinceramente
Viva Portugal: a Primeira República à beira-mar implantada pelo José Relvas.